Mudanças entre as edições de "Biogeografia de uma cidade mineira"
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− | Os órgãos arrecadadores federal e estadual, | + | Os órgãos arrecadadores federal e estadual, incumbidos de executar também os respectivos orçamentos, foram, de início, centralizados numa só repartição. |
− | As transformações políticas que então se processaram no País, proclamada a República, ao mesmo tempo que, em Cambuí, se instalava o Município e se criava a comarca, imobilizaram, de algum modo e por algum tempo, os serviços pertinentes ao setor financeiro. Passado, porém, o impacto reformista, deu-se empenho em que cada setor tivesse | + | |
− | Assim é que, em 27 de junho de 1892, João Batista Ri-beiro e Silva toma posse e entra em exercício no cargo de Coletor, cumprindo-lhe arrecadar as rendas federais e esta-duais, conjuntamente. A acumulação de atribuições num só cargo perdura por certo tempo, até a primeira década do século, quando Antônio da Silveira Lambert recebe a exatoria e, logo depois, biparte-se a repartição, transferindo a Luiz de Paiva Carvalho a seção federal, permanecendo Antônio da Silveira Lambert na direção da Coletoria Estadual. | + | As transformações políticas que então se processaram no País, proclamada a República, ao mesmo tempo que, em Cambuí, se instalava o |
− | Dissociadas as repartições, para a Coletoria Federal é nomeado José Amâncio da Fonseca, no cargo de | + | Município e se criava a comarca, imobilizaram, de algum modo e por algum tempo, os serviços pertinentes ao setor financeiro. Passado, |
− | Em 1957, em virtude de aposentadoria do titular | + | porém, o impacto reformista, deu-se empenho em que cada setor tivesse executor e execução próprios. |
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+ | exonerado a pedido. A partir de 22 de fevereiro de 1924 o cargo de escrivão é exercido por Antônio Anastácio de Moraes, que em 1949 é | ||
+ | promovido a coletor em substituição a Luiz de Paiva Carvalho, aposentado por implemento de idade. | ||
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+ | Em 1957, em virtude de aposentadoria do titular Antônio Anastácio de Moraes, é removido para Cambuí o coletor Esteliano Pereira dos | ||
+ | Santos, que logo depois, transmite o cargo, mediante permuta, a João Simões de Carvalho. | ||
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+ | Em 1964 processaram-se sérias modificações na organização fazendária federal, transferindo-se os coletores, hoje cxatores, para a | ||
+ | antiga Delegacia Regional de Arrecadação, agora também extinta com a criação da Secretaria da Receita Federal. | ||
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+ | A exatoria de Cambuí foi anexada ao Posto de Arrecadação da Receita Federal em Pouso Alegre, subordinando-se, por fim, à Delegacia da | ||
+ | Receita em Varginha. | ||
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+ | Cessa aí, pois, a vida funcional da Coletoria Federal em Cambuí. | ||
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+ | A Coletoria Estadual funcionou, sem solução de continuidade, desde 1892, quando é nomeado João Batista Ribeiro e Silva, e, a partir da | ||
+ | primeira década do século, a cargo de Antônio da Silveira Lambert. A escrivania esteve a cargo de João de Oliveira, Antônio Ornelas e | ||
+ | Herculano Afonso Duarte. | ||
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+ | Com o falecimento do respectivo titular, em 1935, passa o cargo a Herculano Afonso Duarte e, tempos depois, a João Batista Duarte, tendo | ||
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+ | Aposentado o titular efetivo, é o escrivão Aristeu Bueno promovido a coletor. Sucede-o Ademar Cruz c, cm seguida, Cândida do Nascimento | ||
+ | Paiva, atualmente detentora do cargo. | ||
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+ | Seguindo a mesma orientação adotada pelo Ministério da Fazenda, a Secretaria da Fazenda de Minas Gerais promoveu substanciais | ||
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+ | Xavier de Salles, cujo exercício vai até 29 de maio de 1902, quando no cargo, agora com a denominação de Coletor Municipal, é empossado | ||
+ | Francisco José Pereira dos Reis. | ||
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+ | Em 15 de maio de 1906 volta Joaquim Xavier de Salles à exatoria, sucedido no correr dos tempos por vários cidadãos, à medida que a Câmara | ||
+ | recebe também novo Presidente, já que o cargo é de confiança. Francisco Pedroso de Oli-veira, João Sebastião de Salles Fanuchi, Armando | ||
+ | Alves Franco, Herculano Duarte de Moraes, Luiz Evangelista Ran¬gel Padilha, entre outros, têm exercício temporário. No momento, chefia a | ||
+ | Tesouraria da Prefeitura o servidor Herculano Duarte de Moraes. | ||
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+ | A relação é incompleta pelos motivos expostos e a que aí figura não obedece ordem cronológica. Enfim..., ''fiat volantas tua''! | ||
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+ | "A Secretaria de Estado da Fazenda, pela Resolução n.9 271, de 3 de janeiro de 1973, fixou definitivamente os ín¬dices percentuais para | ||
+ | os municípios, na arrecadação do ICM para 1973. Para o cálculo dos índices foi somada a produção dos 722 municípios e chegou-se à | ||
+ | produção anual de todo o Estado. Depois, a produção de cada município foi multiplicada por 100 e o resultado foi dividido pelo total da | ||
+ | produção do Estado, obtendo-se o seu índice. ( Do ''Estado de Minas'', de 9 de janeiro de 1973) . | ||
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+ | Os índices alcançados pelo município de Cambuí são os seguintes em 1973: | ||
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+ | Código: 106 | ||
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+ | Valor agregado fiscal: Cr$ 1,00 : 3.767,318 | ||
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+ | Índices percentuais: 0.096,125 | ||
== Capítulo VII - Da educação e ensino == | == Capítulo VII - Da educação e ensino == |
Edição das 17h11min de 12 de dezembro de 2015
Levindo Furquim Lambert
À memória de Ney Lambert filho queridíssimo, nascido em Cambuí, tão cedo arrebatado pela morte ao amor de sua família, à amizade de seus colegas, ao apreço de seus concidadãos, à confiança de seus clientes.
Índice
[ocultar]- 1 Cambuí é história
- 2 Preliminarmente
- 3 Capítulo I - Como nasce uma cidade
- 4 Capítulo II - Como vive uma cidade
- 5 Capítulo III - Como se governa uma cidade
- 6 Capítulo IV - Como é exercida a justiça
- 7 Capítulo V - Organizações político-partidárias
- 8 Capítulo VI - Repartições fazendárias
- 9 Capítulo VII - Da educação e ensino
- 9.1 O ensino primário
- 9.2 O ensino primário pela municipalidade
- 9.3 O primeiro grupo escolar de Cambuí
- 9.4 O segundo grupo escolar da cidade
- 9.5 O terceiro grupo escolar da cidade
- 9.6 O ensino rural
- 9.7 O ensino secundário e o ensino particular
- 9.8 Inspecção e assistência técnica escolar
- 9.9 Pioneiros
- 10 Capítulo VIII - Instituições religiosas e filantrópicas
- 11 Capítulo IX - Serviços de utilidade pública
- 12 Capítulo X - Corografia do município
- 13 Capítulo XI - Meios de comunicação
- 14 Capítulo XII - A problemática das comunicações interestaduais
- 15 Capítulo XIII - Difusão cultural
- 16 Capítulo XIV - Personalidades ilustres
- 17 Capítulo XV - Tradições e costumes
- 18 Capítulo XVI - Acontecimentos históricos
- 19 Capítulo XVII - Associações recreativas
- 20 Capítulo XVIII - Miscelânea
- 21 Capítulo XIX - Minha terra
- 22 Capítulo XX - Hino de Cambuí
- 23 Referências:
Cambuí é história
Oiliam José, da Academia Mineira de Letras
A história local ou regional, porque mais próxima, tanto no espaço como no tempo, de quem a escreve, oferece a esse vantagens que lhe tornam menos penosa a pesquisa e mais rápida a conceituação dos fatos, na medida em que esses deixaram rastros em documentos ou se fixaram na tradição bem apreendida e razoavelmente conservada e transmitida. Contudo, a perspectiva para a análise desses fatos se torna, no caso, mais sujeita a imprecisões, desvios ou distorções. Daí o muito que a história local ou regional acaba exigindo de quem a ela se entrega com o ânimo consciente de manter-se fiel aos acontecimentos e de interpretá-los, como necessidade inelutável, à luz da boa e segura exegese. É, respeitada a relatividade e a natureza das coisas, mais fácil ser um historiador nacional ou internacional, que triunfar no limitado mas árduo campo da história de uma região, cidade ou entidade social, econômica ou política.
Porque ciente dessas verdades e buscando concretizá-las nos homens, coisas e acontecimentos de sua terra natal, Cambuí, Levindo Lambert conseguiu superar as dificuldades indicadas e oferecer a Minas um trabalho histórico bem estruturado e, mais seguramente ainda, concluído. Para tanto, buscou os arquivos e os autores, examinou-lhes os documentos e as obras e os sintetizou com segurança; ouviu a tradição e expurgou-a daquilo que poderia torná-la inaceitável; respeitou a justa medida entre a narração e a crítica dos fatos; e valeu-se de uma linguagem clara, direta, e elegante, infelizmente nem sempre amada por nós historiadores, para nos conduzir até o passado de uma terra, cujos fatos e figuras interessam quer a Minas, quer a $ão Paulo. E, para isso, não teve pressa. Preferiu antes aproveitar a insubstituível vantagem do decurso do tempo e de uma experiência pessoal e profissional que o situa entre os mais respeitáveis valores humanos e culturais do Estado, desde que iniciou seus estudos primários em Cambuí concluiu seus estudos de farmácia e direito, leu e anotou milhares de textos e obras e, já no plano estadual, fez política, presidiu sindicato, lecionou em colégios e faculdades, dirigiu conservatório de música, ocupou altos cargos de chefia e conduziu com eficiência a Secretaria da Educação, que é teste dos mais difíceis e perigosos para o homem público. E ainda escreveu contos, estudou Machado de Assis e focalizou interessantes aspectos da obra desse surpreendente romancista, fez-se teatrólogo e, com aquela serenidade e dedicação de quem sabe o que quer e quer o que sabe, pertence ao Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e à Comissão Mineira de Folclore.
Biogeografia de uma cidade mineira surge, pelo que se vê, para ficar, para colher louvores e inserir a rica e movimentada história de Cambuí no contexto maior da História de Minas e da História de São Paulo. Sim, de ambos os estados, porque a terra cambuiense se fez e cresceu exatamente nos antigos sítios do Sapucaí e sentiu de perto, ora com temor e angústia, ora com tranqüilidade e renovada esperança, os lances da disputa de divisas que, ao longo de dois séculos, preocupou mineiros e paulistas.
O plano do trabalho de Levindo Lambert, abrangendo a terra e o homem, a política partidária e o governo, a justiça e a religião, o ensino e a educação, as comunicações e as tradições e costumes, corresponde, pois, ao que de sensato e produtivo se poderia estabelecer para o roteiro histórico de uma comunidade, municipal ou regional. Une quantidade à qualidade, varia a perspectiva dos fatos e analisa e sintetiza os dados recolhidos, correlacionando-os, dando-lhes seqüência e unidade, tornando-os história e numa visão mais ampla, colocando-os em condições de servirem, doravante, como indispensável contribuição para aquilo que pode representar o julgamento do que a terra cambuiense fez para si, para o Sul de Minas, para nosso Estado e até para o Brasil. Biogeografia de uma cidade mineira pertence, agora, efetivamente ao patrimônio da Historiografia Mineira. Pode. o crítico discutir essa ou aquela conclusão do autor e até impugná-las com êxito, o que é natural em trabalho dessa natureza. Mas o livro de Levindo Lambert pertence merecidamente à Historiografia das Gerais. E em condições de refletir o que é a boa e saudável pesquisa histórica municipal, aquela que se faz com os dados de um município, mas acaba, irresistivelmente, servindo ao Estado e ao País, na medida em que esses expressam o sentir e o viver de suas comunidades de base, aquelas que, desde as metrópoles até os sertões, concretizam a autêntica maneira de ser brasileiro.
Preliminarmente
Dois capítulos desta obra modesta e despretensiosa reclamam palavras explicativas.
O primeiro, que tem o título "Como nasce uma cidade" e subtítulo "Área Contestada", procura situar o povoado nascente na região disputada por paulistas e mineiros, já que a decisão de limites, consolidando a demarcação Rubim, só se efetivou em 1936.
Até então, as perlengas entre os dois Estados, constantes e irritantes, às vezes, criavam um ambiente de certo constrangimento não só nos escalões superiores da administração e da política, como, por igual, nas populações lindeiras.
Enfim, a margem esquerda do Sapucaí, a despeito da linha divisória estabelecida pelo preposto de Bobadela, era ainda permanente motivo de contestações em vários de seus pontos.
E Cambuí estava nessa área.
O segundo capítulo em causa tem relação estreita com o primeiro comentado. Refere-se, precisamente, aos pontos vulneráveis da linha Rubim, em que os atritos se aprofundavam, dilatando-se pelas circunvizinhanças e despertando animosidades inconciliáveis nas respectivas populações .
E Cambuí, por esse tempo, recebia o influxo da contenda, participando dela, porque cidade e município então satélites de Bragança, centro nevrálgico da liça. Não era e não é município limítrofe, mas seus interesses comerciais
e econômicos se prendiam à região paulista sujeita à controvérsia.
Vem daí a inclusão desses capítulos na estrutura da
obra.
E é só? Não. Estão faltando aqui os versos de Camões:
"Cantando espalharei por toda parte Se a tanto me ajudar o engenho e arte",
possivelmente inspirado no brocardo latino:
"Feci quod potuit, faciant meliora potentes..."
L.F.L.
Capítulo I - Como nasce uma cidade
Área contestada
Cambuí-Velho
Novo Cambuí
Capítulo II - Como vive uma cidade
A freguesia
Representação paroquial
Comércio Indústria
Guarda Nacional
Capítulo III - Como se governa uma cidade
Criação do município
Da administração municipal
Vereadores
Assembléia Municipal
Ainda a Guarda Nacional
Sede da Prefeitura Municipal
Prefeitura e Câmara Municipal
Capítulo IV - Como é exercida a justiça
Juízes de direito
Juízes municipais
Promotores de justiça
Adjuntos de promotores de justiça
Serventuários da justiça
Juízes de paz
Delegados de polícia
Fórum Paiva Júnior
Achegas históricas
Capítulo V - Organizações político-partidárias
Capítulo VI - Repartições fazendárias
1 Os órgãos arrecadadores federal e estadual, incumbidos de executar também os respectivos orçamentos, foram, de início, centralizados numa só repartição.
As transformações políticas que então se processaram no País, proclamada a República, ao mesmo tempo que, em Cambuí, se instalava o Município e se criava a comarca, imobilizaram, de algum modo e por algum tempo, os serviços pertinentes ao setor financeiro. Passado, porém, o impacto reformista, deu-se empenho em que cada setor tivesse executor e execução próprios.
Assim é que, em 27 de junho de 1892, João Batista Ri-beiro e Silva toma posse e entra em exercício no cargo de Coletor, cumprindo-lhe arrecadar as rendas federais e esta-duais, conjuntamente. A acumulação de atribuições num só cargo perdura por certo tempo, até a primeira década do século, quando Antônio da Silveira Lambert recebe a exatoria e, logo depois, biparte-se a repartição, transferindo a Luiz de Paiva Carvalho a seção federal, permanecendo Antônio da Silveira Lambert na direção da Coletoria Estadual.
Dissociadas as repartições, para a Coletoria Federal é nomeado José Amâncio da Fonseca, no cargo de escrivão com exercício até 1923, exonerado a pedido. A partir de 22 de fevereiro de 1924 o cargo de escrivão é exercido por Antônio Anastácio de Moraes, que em 1949 é promovido a coletor em substituição a Luiz de Paiva Carvalho, aposentado por implemento de idade.
Em 1957, em virtude de aposentadoria do titular Antônio Anastácio de Moraes, é removido para Cambuí o coletor Esteliano Pereira dos Santos, que logo depois, transmite o cargo, mediante permuta, a João Simões de Carvalho.
Em 1964 processaram-se sérias modificações na organização fazendária federal, transferindo-se os coletores, hoje cxatores, para a antiga Delegacia Regional de Arrecadação, agora também extinta com a criação da Secretaria da Receita Federal.
A exatoria de Cambuí foi anexada ao Posto de Arrecadação da Receita Federal em Pouso Alegre, subordinando-se, por fim, à Delegacia da Receita em Varginha.
Cessa aí, pois, a vida funcional da Coletoria Federal em Cambuí.
2
A Coletoria Estadual funcionou, sem solução de continuidade, desde 1892, quando é nomeado João Batista Ribeiro e Silva, e, a partir da primeira década do século, a cargo de Antônio da Silveira Lambert. A escrivania esteve a cargo de João de Oliveira, Antônio Ornelas e Herculano Afonso Duarte.
Com o falecimento do respectivo titular, em 1935, passa o cargo a Herculano Afonso Duarte e, tempos depois, a João Batista Duarte, tendo como escrivão Aristeu Bueno.
Aposentado o titular efetivo, é o escrivão Aristeu Bueno promovido a coletor. Sucede-o Ademar Cruz c, cm seguida, Cândida do Nascimento Paiva, atualmente detentora do cargo.
Seguindo a mesma orientação adotada pelo Ministério da Fazenda, a Secretaria da Fazenda de Minas Gerais promoveu substanciais modificações nas sistemática fazendária esta¬dual. Assim é que Cambuí é agora sede de uma das Unidades da Fazenda abrangendo os municípios de Bom Repouso, Camanducaia, Cambuí, Córrego do Bom Jesus, Estiva, Extrema, Itapeva, Munhoz e Toledo ,
Por sua vez, a unidade sediada em Cambuí se subordina à Administração Distrital da Fazenda (ADF) com sede em Pouso Alegre, sujeita, por igual, à Superintendência Regional da Fazenda em Varginha (SRF).
As hierarquias se confudem tanto quanto se exercem sob orientação quase idêntica, nos regimes federal e estadual.
3
Esta obra pouco pode divulgar sobre a evolução e a organização da exatoria municipal, dada a impossibilidade de conseguir do titular do momento a relação de seus antecessores na repartição, embora para isso se empenhasse até mesmo por intermédio de pessoas amigas.
Sabe-se de oitiva e por achegas históricas colhidas aqui e ali, que o primeiro cidadão nomeado para gerir a exatoria ao ser instalado o município foi Avelino Cândido de Brito, exonerado a pedido em 7 de abril de 1891, sendo nessa mesma data nomeado seu cunhado Joaquim Xavier de Salles, cujo exercício vai até 29 de maio de 1902, quando no cargo, agora com a denominação de Coletor Municipal, é empossado Francisco José Pereira dos Reis.
Em 15 de maio de 1906 volta Joaquim Xavier de Salles à exatoria, sucedido no correr dos tempos por vários cidadãos, à medida que a Câmara recebe também novo Presidente, já que o cargo é de confiança. Francisco Pedroso de Oli-veira, João Sebastião de Salles Fanuchi, Armando Alves Franco, Herculano Duarte de Moraes, Luiz Evangelista Ran¬gel Padilha, entre outros, têm exercício temporário. No momento, chefia a Tesouraria da Prefeitura o servidor Herculano Duarte de Moraes.
A relação é incompleta pelos motivos expostos e a que aí figura não obedece ordem cronológica. Enfim..., fiat volantas tua!
ICM
"A Secretaria de Estado da Fazenda, pela Resolução n.9 271, de 3 de janeiro de 1973, fixou definitivamente os ín¬dices percentuais para os municípios, na arrecadação do ICM para 1973. Para o cálculo dos índices foi somada a produção dos 722 municípios e chegou-se à produção anual de todo o Estado. Depois, a produção de cada município foi multiplicada por 100 e o resultado foi dividido pelo total da produção do Estado, obtendo-se o seu índice. ( Do Estado de Minas, de 9 de janeiro de 1973) .
Os índices alcançados pelo município de Cambuí são os seguintes em 1973:
Código: 106
Valor agregado fiscal: Cr$ 1,00 : 3.767,318
Índices percentuais: 0.096,125
Capítulo VII - Da educação e ensino
O ensino primário
O ensino primário pela municipalidade
O primeiro grupo escolar de Cambuí
O segundo grupo escolar da cidade
O terceiro grupo escolar da cidade
O ensino rural
O ensino secundário e o ensino particular
Inspecção e assistência técnica escolar
Pioneiros
Capítulo VIII - Instituições religiosas e filantrópicas
Igreja Católica
Igreja Presbiteriana
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Hospital Ana Moreira Salles
Posto de higiene
Tábua itinerária
Capítulo IX - Serviços de utilidade pública
Água
Luz
Esgoto e lixo
Matadouro
Mercado
Cadeia
Cemitérios
Capítulo X - Corografia do município
Dados geográficos
Orografia
Hidrografia
Ecologia
Limites intermunicipais
Limites interdistritais
Sínteses econômicas
Atividades agropecuárias
Aspectos sociais
O pico de São Domingos
Distrito de senador Amaral
O rio das Antas
Capítulo XI - Meios de comunicação
Correio
Telefone
Telégrafo
Televisão
Capítulo XII - A problemática das comunicações interestaduais
Estradas
Limites interestaduais
O Apêndice Mineiro
Solução de limites
Capítulo XIII - Difusão cultural
Imprensa
Bibliotecas
Cinema
Teatro
Bandas de música
Capítulo XIV - Personalidades ilustres
Parlamentares
João Moreira Salles
João Batista Corrêa
João Marinho
Dr. Sílvio Lambert de Brito
Dr. Ney Lambert
Dr. José Guilherme Eiras
Capítulo XV - Tradições e costumes
Folclore
Carros de bois
Tropas de burros
Semana Santa
Festas religiosas
Senhor Fora
Mês de maio
Festa do Córrego
Massacres e matanças
Capítulo XVI - Acontecimentos históricos
Uma revolta popular
A gripe espanhola
As revoluções de 30 e 32
Aspectos sociais
Capítulo XVII - Associações recreativas
Clubes sociais
Clube de campo
Liga esportiva
Capítulo XVIII - Miscelânea
Capítulo XIX - Minha terra
Levindo Lambert
Minha terra pequenina
Plantada numa colina
Nas faldas da Mantiqueira,
E qual a moça bonita
Toda enfeitada de fita
Numa tarde domingueira.
Uma Praça ajardinada
Bem de frente dominada
Por majestosa Matriz.
O doce toque dos sinos
São melodias e hinos
De um povo bom e feliz.
Pelas encostas — subidas
Que mais parecem descidas
Tão boas para se andar.
Por elas cantam serestas
Um noites de lua e festas
Conjugando o verbo amar...
Bem ao pé dessa colina
Serenamente se inclina
O piscoso Rio das Antas.
Banhei-me nas suas águas...
Mergulhei nelas as mágoas
Não sei se poucas e quantas...
Mais ao fundo, uma pedreira
Era do Maneco Moreira
Dos meus tempos de rapaz .
Lembra bem pano de fundo
Do anfiteatro do mundo,
De um mundo feito de paz.
O São Domingos, ao longe,
Parece o crânio de um monge
De grisalha cabeleira.
É sentinela garrida
Da minha terra querida,
Da bela terra mineira.
O viandante que passa
E sobe à esquerda da Praça
Depara logo um solar:
Amplos beirais para a rua,
Parede simples e nua,
Janelas largas para o ar.
Tem essa casa uma história
Cheia de luta e de glória,
- De um tempo que lá se vai.
Ali viveu um herói
(Como a saudade me dói!)
- Viveu ali o meu Pai...
Foi nessa casa vetusta
(Quanta saudade me custa!)
Que eu senti o que era amar. ..
Tive dos pais as carícias,
Dos meus irmãos as blandícias,
Que levei para o meu lar.
Mais abaixo, no entretanto,
(Sinto nos olhos o pranto!)
Uma casa havia outrora.
Nela nasceu minha amada...
Uma esperança alcançada
No descerrar de uma aurora...
Não mais existe essa casa,
Pois é o progresso que arrasa
O Passado e a Tradição.
Mas para mim ela existe,
Na retina me persiste,
Não me sai do coração...
Minha terra pequenina,
Plantada numa colina,
É o paraíso que eu vi.
Engalanada e altaneira,
Bela região -sul-mineira,
O meu querido Cambuí.
Publicado pela Gazeta de Cambuí, de 30-11-1952.
Capítulo XX - Hino de Cambuí
Letra e música de Levindo Lambert
Cambuí, querida terra, idolatrada,
Pedaço mais querido do Sul de Minas,
És bela, és boa, és rica e abençoada,
E tens o encanto das regiões divinas.
Salve, Cambuí,
Terra querida !
A nossa vida
Será por ti !
O solo teu, fecundo, em farta messe,
Nos dá conforto e paz, nos dá riqueza,
E vigorosa e ardente a natureza
em frondes, flores, frutos se enriquece.
Os filhos teus são bons e laboriosos
E são assim na vida - honrando a ti -
O Pátria de nomes tão formosos:
- Brasil, Minas Gerais e Cambuí !
Referências:
Biogeografia de uma cidade mineira, Levindo Furquim Lambert, Imprensa Oficial de Minas Gerais, 302 páginas, 1973.