A menina dos olhos

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A história do Clube Literário e Recreativo de Cambuí

Sílvia de Freitas Datovo

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Prefácio

Yvone Salles de Oliveira

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Sílvia de Freitas Datovo, a Silvinha, como é conhecida, é mineira natural de Machado e cambuiense de alma. Jornalista, amante das artes e da cultura.

Há dezesseis anos encantou-se pela cidade e sua história. Os cambuienses exercem verdadeiro fascínio sobre ela. O que a encanta? A nossa alegria, a capacidade de sonhar e realizar grandes sonhos, a solidariedade de seu povo, a conquista de sua hegemonia social. Saborear as histórias de seu livro é uma satisfação, elas nos invadem a memória, nos trazem de volta ao passado. Com um olhar aguçado da realidade, ela consegue transmitir sentimentos e emoções, em uma linguagem leve e informal. Os relatos são históricos: pertencem a um povo e a um momento da vida desse povo. Contando a história do Clube Literário, consegue entrar em nossas vidas, em nosso passado, onde as imagens aflorarão em nossas mentes, transportando-nos a infância e adolescência. Eis a nossa história, mesclada a tantas outras.

A escolha do nome A Menina dos Olhos segundo a autora, foi devido a representatividade que o Clube Literário exerce sobre as pessoas da cidade. Os sentimentos se misturam: amor, ciúmes,raiva e orgulho, que só as pessoas apaixonadas possuem.

Os vazios, você pode preencher com as suas palavras, a sua história. Porque você é que faz com que cada gesto, palavra, emoção ou presença seja importante, especial e único.

Assim, o livro “A Menina dos Olhos” se torna uma leitura obrigatória para os cambuienses e para quem mais queira penetrar na cultura de um povo guerreiro, honesto e acolhedor.

Que todos que a lerem possam tocar a magia que transforma palavras em imagens, em recordações de tempos felizes.

Clube Literário e Recreativo de Cambuí: 48 anos de História

Menina-mulher, já aos 48 anos, nunca teve dono. Muitos quiseram possuí-la. Ciúmes e intrigas fizeram parte da sua jornada. Caiu muitas vezes, mas como uma equilibrista, conseguiu se manter em pé. Festeira, acolhedora, boêmia, imponente, independente. Fonte de inspiração de poetas e intelectuais, que ao cair da noite nela buscavam refúgio. Envelhecente, já está na maturidade, trazendo consigo muitas cicatrizes de um passado bem vivido. Assim se apresenta a todos, pois a todos eles pertence. Ela é da cidade, é do povo, ela é a Menina dos Olhos de Cambuí.

Ao som do Bolero, da Valsa, Bossa Nova, Jovem Guarda, Tropicália, MPB, Sertanejo, Rock-in-Roll, Axé, a Menina cresceu. Acompanhou todas as fases do crescimento e da tecnologia, sempre tentando evoluir juntamente com a história e como foi longa e conturbada esta história! Marcada por disputas e controvérsias, a Menina soube surgir, imergir da vanguarda, das dificuldades. Em silêncio marcou seus passos - pequenos, porém, indeléveis. Nela surgiram amores, alegrias, amargores.

Quantas vidas, quantos primeiros beijos, quantos primeiros olhares, quantas súplicas, quantas declarações de amor, quantas comemorações amalgamam-se entre suas paredes.

Foram muitas.

Uma história recheada de suspiros, de medos, de silêncio e riso. De som, de abraços, de suor e cerveja. Uma história singular, profunda. Uma história de homens e suas idéias. De pessoas e seus sonhos. De dificuldades.

Uma história que a todos convidamos submergir, buscando rostos e lembranças, pois nós somos essa história.

A pequena Cambuí

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Em uma cidade tipicamente mineira, que de tão pequena, poderia ser apenas mais uma no mapa de Minas, sem eira e nem beira. Mas, não foi o que aconteceu, devido à sua força política, social e cultural na década de 50. Cambuí sempre foi o reduto dos artistas, berço de poetas e seresteiros que com suas melodias, aqueciam as noites e os corações de seus moradores.

A praça com suas árvores, seu sino, sua igreja e seus bancos era o ponto de encontro de todos os jovens e sonhadores da cidade. Ali, muitos planos e muitos sonhos foram alimentados. E foi num banco da Praça, entre conversas informais, que surgiu a ideia de se fundar um Clube. Sonho de alguns, privilégio de todos.

Em um cenário multicolorido, mesclado com mil cores e sabores, do mais doce ao mais amargo, em uma terra de contrastes, onde o velho e o novo se misturam. Na qual a religiosidade e a política eram questão de honra; onde a palavra ou, um fio de bigode valia muito mais do que qualquer documento. A fidelidade partidária e a crença faziam dos cambuienses pessoas simples, mas com princípios e opiniões formadas, democraticamente imbatíveis. Cercada de mistérios e contradições, a cidade cresceu. Neste clima de realidade e fantasia, começamos a caminhar no contexto histórico e político da década de 50.

A história começa como num roteiro de cinema, com um cenário de filme do velho-oeste americano, no qual as crenças e a fidelidade partidária refletiam a honra do homem de bem. Por causa da política, da ambição e o jeito arrojado destes mineiros, a cidade que possuía apenas 2.214 habitantes, era privilegiada com 2 cinemas, 2 alto-falantes, 2 jornais, 2 campos de futebol.

Tudo isso se deve à rivalidade política existente à época, entre os botinudos e rabicós, ou seja, da UDN e do PSD. Em dezembro de 1950 a cidade foi invadida por homens montados em seus cavalos. Com laços e machados na mão, foram derrubados todos os postes, gerado um grande caos social.

O medo tomou conta dos habitantes que temiam uma nova rebelião ou até mesmo um conflito armado. A Polícia Federal esteve por três vezes na cidade, mas nunca conseguiu chegar aos líderes. Cambuí ficou no escuro durante anos, onde a lamparina e o lampião a gás, iluminavam as noites da cidade.

Depois de tantos transtornos, de tantas brigas políticas e desavenças, os partidos uniram-se para criar uma obra em prol de todos: o Clube Literário e Recreativo de Cambuí, um local onde Botinudos e Rabicós pudessem lutar pelo mesmo ideal. A partir de um sonho, idealizaram um projeto e buscaram meios para concretizar a obra.

Cambuí no escuro

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06_Pra_a_Cel_Justiniano_pg_10.png 07_Rua_Jo_o_Moreira_Salles_pg_11.png 08_Rua_Cel_Lambert_pg_11.png 09_Rua_Cel_Justiniano_pg_11.png

Enfim, o Clube

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E assim, no dia 29 de março de 1956, no Paço Municipal, reuniram-se os 40 sócios fundadores, tomando posse à 1ª diretoria, tendo como presidente Antônio Paulino de Abreu e vice-presidente Geraldo Cypriano de Moraes. No mesmo dia foi criado o 1º Estatuto do Clube e encaminhado um requerimento ao prefeito Álvaro de Morais Navarro, solicitando a doação do antigo Grupo Escolar Dr. Carlos Cavalcanti, localizado na Praça Coronel Justiniano, para a sede do Clube.

No dia 7 de abril de 1956, a Câmara Municipal de Cambuí aprovou a doação do antigo Grupo Escolar Dr Carlos Cavalcanti ao Clube, medindo 25,60 (frente) por 37,30 metros (comprimento), equivalente a 954 metros quadrados. A diretoria comprometeu-se a contribuir com Cr$150.000,00 (cento e cinqüenta mil cruzeiros) como auxílio para a construção da escola em outro local. Feita a permuta, a escola Dr Carlos Cavalcante mudou-se ao lado da Prefeitura e o Clube começou a funcionar no prédio da escola.

Primeira diretoria

Presidente de Honra: Álvaro de Moraes Navarro 
Presidente: Antônio Paulino de Abreu 
Vice-Presidente: Geraldo Cypriano de Morais 
1º Secretário: Armando Alves Franco 
2º Secretário: Waldomiro Martins Bastos 
1º Tesoureiro: Guilherme Fróes de Carvalho 
2º Tesoureiro: João Lopes de Souza 
1º Orador: Sebastião Meyer 
2º Orador: Benedito Carvalho Lopes 
Procurador: Sebastião Rangel Fanuchi 
Diretores Sociais: Mário Dias Ribeiro e Sílvio Macedo 
Bibliotecário: Antônio de Anastácio de Moraes 
Membros do Conselho Fiscal: Halley Lopes Bello, Josué do Amaral, Benedito Salles. 

Sócios Fundadores

1-Agenor Fróes 
2-Agnaldo de Freitas 
3-Ângelo Bernardo Faccio 
4-Antônio Anastácio de Moraes 
5-Antônio de Moraes 
6-Antônio Paulino de Abreu 
7-Benedito de Carvalho 
8-Benedito Delfino Machado 
9-Benedito Salles 
10-Benevenuto de Oliveira 
11-Braz Meyer 
12-Darvin de Souza 
13-Geraldo Cypriano de Moraes 
14-Guilherme Fróes de Carvalho 
15-Halley Lopes Bello 
16-Haroldo Heraldo Magalhães
17-Ivo Edgard Eiras 
18-Joäo Batista Lopes Filho 
19-João Lopes Lambert 
20-João Lopes de  Souza 
21-João Pereira Borges 
22-José Almeida Ribeiro 
23-José André de Moraes 
24-José Augusto Ramos 
25-José Bueno 
26-José Francisco do Nascimento 
27-Josué do Amaral 
28-Lourenço Bueno 
29-Luiz Evangelista Rangel Padilha 
30-Mário Dias Ribeiro 
31-Mário de Mello 
32-Murilo Gonçalves Torres 
33-Newman Pereira Fanuchi 
34-Newton Pereira Fanuchi 
35-Nilton Dias Fróes 
36-Olímpio Nogueira de Figueiredo 
37-Savério Chiaradia 
38-Waldomiro Júnior de Souza 
39-Waldomiro Martins Bueno 
40-Wladimir de Oliveira

Tijolo por tijolo

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Tijolo por tijolo, com muito suor e sacrifícios, muitas noites mal dormidas em prol de toda uma sociedade. Este é um retrato fiel da realidade de todas as diretorias, de seus presidentes a fundadores. A história de antes se repete: - é como se estas pessoas estivessem aqui para cumprir uma missão. Abnegados, dedicados ao extremo, muitas vezes deixando de lado a família, o trabalho, para verem crescer a sementinha que os grandes idealizadores plantaram no passado. Com tanto amor e dedicação, só poderiam dar bons frutos! Regada, alimentada e amada, transformou-se na “Menina dos Olhos de Cambuí .”

Através de um empréstimo de $300.000,00 (trezentos mil cruzeiros) junto à Caixa Econômica Federal, tendo como garantia a hipoteca do terreno e do prédio, começaram as reformas. Só o empréstimo não foi o suficiente.

Então, cada sócio fundador contribuiu com a quantia de $5.000,00 (cinco mil cruzeiros). Foi realizada também uma campanha, na qual as pessoas doaram objetos e animais (porcos, vacas, novilhos) que foram vendidos e a renda revertida para as reformas do Clube. Nessa época, todos os esforços eram concentrados nas melhorias do Clube. Na estrada que liga Cambuí ao Córrego do Bom Jesus, perto do lago, existia um heliporto, Hangar Salgado Filho, que por motivo inexplicável foi incendiado, e teve seus tijolos doados para ampliação do Clube. Em 1960 foi feita a primeira rifa de um automóvel Volkswagen.

Em 1980, Dorival César Conte doou ao Clube um terreno de 3000 metros quadrados às margens da Fernão Dias, que em 1983 foi vendido para Benevenuto de Oliveira.

Desde a fundação foram feitas várias rifas, bingos e campanhas, para a conclusão da tão sonhada obra. Em 1989 a Prefeitura Municipal de Cambuí, através de DecretoLei, declara o Clube Literário, instituição sem fins lucrativos, de Utilidade Pública, tendo em vista os relevantes serviços sociais que prestava à comunidade, bem como aos poderes Executivo e Legislativo, quando necessários fossem. Nenhum obstáculo impediu que o Clube desempenhasse o seu papel social, que sempre viu a sociedade como um todo, de uma forma globalizada.

Pensando no enriquecimento do carnaval, apoiou as Escolas de Samba Tamos Aí, Turma do Brinco e Turma do Saco. Nunca se manteve distante quando se fazia necessário contribuir para com a Delegacia, a Santa Casa ou o Asilo. Até mesmo para com os desabrigados das enchentes do sul de Minas, promoveu campanhas para arrecadação de alimentos e roupas.

Ser sócio

Antigamente, tornar-se sócio do Clube Literário era privilégio de poucos. Além do preço, os futuros sócios tinham que ser aprovados pela diretoria. O valor da jóia para sócio contribuinte, em 1956, era de Cr$100,00 (cem cruzeiros) e as mensalidades, de Cr$ 20,00 (vinte cruzeiros). O poder aquisitivo da maioria da população era pequeno. Então era difícil poder entrar no Clube. Alguns jovens sonhavam em tornarem-se sócios, mas a burocracia era grande e o dinheiro era curto. A única solução era poupar. Juntando tostão por tostão, vendendo bens pessoais (como pares de sapatos e bicicletas), guardavam durante meses seus salários, para enfim tornarem-se sócios do Literário, o grande point da época.

O estatuto do Clube sempre foi bem claro na classificação dos sócios. Só seriam remidos os que contribuíssem com a quantia de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) à vista. Já os Beneméritos seriam aqueles que fizessem doações acima de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) ou prestassem serviços relevantes, morais ou materiais, a juízo da Assembléia Geral. Os sócios honorários foram políticos influentes como o governador do Estado de Minas, José de Magalhães Pinto; o deputado estadual Milton Salomon Salles; e o prefeito de Cambuí, Álvaro de Moraes Navarro

Sócios honorários

01-Álvaro de Moraes Navarro
02-José de Magalhães Pinto
03-Milton Salomon Salles

Sócios beneméritos

01-Benedito Antônio Guimenti
02-Benedito Antônio Rigotto
03-Benedito Cristóvão dos Santos
04-Dorival Conte César
05-Jair Célio de Souza
06-Lázara Estela Lambert
07-Luiz Evangelista Rangel Padilha
08-Robinson de Morais

Nos bailes da vida

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Reveillon 67. Casais apaixonados: Hilda e José Eiras

No Clube Literário e Recreativo as atividades eram poucas. Consistiam no carteado e brincadeiras dançantes nos finais de semana, ao som rouco de uma vitrola que tinha que ser ligada horas antes para que o disco, de 78 rotações, pudesse ser ouvido. Num clima romântico, ouviam-se cantores como Francisco Alves, Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Aracy de Almeida, Alternar Dutra, Jair Amorim. As belas melodias como I,aura. Brigas ou Sentimental eram ouvidas entre suspiros e conversas ao pé do ouvido. No ritmo de uma valsa, bolero ou tango, os casais aproveitavam a ocasião e, olhos nos olhos, iniciavam o flerte.

O moço fazia um sinal para a moça, convidando-a para dançar. Se ela não quisesse, fazia um movimento negativo com a cabeça e os homens diziam que tinham "levado uma tábua". Quando era aceito o convite para dançar os dois, de rosto colado, deslizavam no salão.Um lugar pequeno, mas extremamente aconchegante e sedutor. Embalados pela música, os corpos próximos e as mentes vazias, os desejos afloravam. Muitas paixões, amores platônicos, muitos casos estilo "Romeu e Julieta", muitos casais selaram ali, naquele salão, juras eternas de amor (estão juntos até hoje).

Naquele tempo, os beijos na boca eram proibidos. Só poderiam se beijar os namorados, depois de muito tempo de namoro e, assim mesmo, escondidos (o que era bem melhor!) Se acontecesse de um casal se beijar no salão, o homem era chamado à diretoria e advertido, podendo até ser suspenso.

O Clube consistia em 2 salas: uma a recepção; a outra, o salão de eventos. Possuía um barzinho e 2 banheiros. No salão, o teto carunchado fazia com que os cabelos se enchessem de farelos. No chão, o contra-piso era de tijolo, o que o tornava áspero. Sem falar da poeira que levantava do chão, dificultando os passos dos dançarinos. Sem dinheiro para as reformas, o jeito foi usar a criatividade, apelando para uma garrafa com água e parafina para amenizar o problema. Primeiro o chão era molhado com água e depois, esfregado com parafina.

As mesas eram insuficientes. Então, os jovens as pediam emprestadas nas casas, para serem devolvidas depois dos bailinhos. Vendiam-se coxinhas, pastéis e empadas no barzinho, para poderem pagar às bandas. Uma delas foi a Cambuí Jazz. Tristeza era quando morria alguém importante da cidade! O baile, que tinha sido tão bem planejado e ansiado, era cancelado. A banda tinha de ser paga, mas sem o evento não havia como, a não ser vendendo os salgados de porta em porta.

Com todas as dificuldades, o Clube foi se desenvolvendo e em junho, em 1956, ano de sua fundação, promoveu-se o evento de Coroação da Rainha dos Estudantes, cujo título de Rainha coube à bela Martha Maria e às princesas Efigênia Rangel e Nilza Dias Fróes.

Em 1960 houve o concurso de Miss Cambuí, que era também conhecido pelo nome de Embaixatriz do Turismo , no qual Vera Moraes conquistou o título. No ano seguinte, 22 belas candidatas cambuienses concorreram e desta vez, o título de Embaixatriz ficou com Denise Marques e o segundo e terceiro lugar, respectivamente, com Netinha e Teresa Silvia. Este concurso levaria as candidatas a concorrerem a Miss Minas Gerais e mais tarde, à Miss Brasil.

No dia 23 de março de 1961 aconteceu um grande baile no Clube Literário com a orquestra espanhola “Cassino de Sevilha” juntamente com a coroação da Rainha dos Estudantes. A Orquestra, uma das mais antigas do mundo, além da técnica, habilidade e destreza no toque dos instrumentos, fez deste evento uma experiência singular. As músicas eram um convite para que os corações batessem mais fortes. Os casais da elite cambuiense compareceram em peso. Foi uma grande noite! Pela primeira vez apreciaram uma Orquestra tão famosa, no tão sonhado Clube.

O salão de bailes possuía apenas 22 mesas. As bebidas ficavam num caixote de madeira, pois não existia geladeira. As mais consumidas eram: a Sambuca, Aniz, Rabo de Galo (pinga com Cinzano), Pinga com Groselha, Vinho Doce, Vinho Quinado. Mesmo com tão pouco luxo e em um ambiente tão simples, era com grande estilo que seus sócios se preparavam para os bailes. Os principais eventos eram o Reveillon, Baile de Debutantes e o Carnaval, todos imensamente esperados com grande ansiedade pelos sócios.

As mulheres caprichavam no toalete, usando as mais finas jóias e vestidos longos. No rosto, uma maquiagem leve, feita com base, pó de arroz, rouge, e batom. A moda era ficar com os olhos bem puxados e para isso, faziam uso de um lápis grosso e preto. Nos cabelos, muito laquê para fixar os seus belos coques e penteados. Os homens não ficavam atrás, com ternos azul marinho ou preto, os sapatos brilhantes e, impecavelmente, engraxados e nos cabelos, muita brilhantina. Os bailes em Cambuí eram famosos e as pessoas vinham de toda a região para apreciarem o melhor da música, com orquestras nacionalmente conhecidas como: Cassino de Sevilha, Alegrias de Espanha, Mexicanitos, entre tantas outras.

Carnaval, pura sedução!

Num mundo encantado de Pierrôs e Colombinas, entre príncipes e princesa, serpentinas e confetes, onde o imaginário se transforma em realidade, o Carnaval passou a ser a maior festa do País. Os compositores Carlinhos Faísca e Homero retrataram muito bem nas letras de suas músicas, o fascínio e a magia que as pessoas sentem pelo Carnaval, como no samba-enredo da Turma do Saco, de 1985: "Desfilando na passarela a graça inventada, extravasa o gesto físico num momento real de toque de fada. Baterias, carros, cores e gente, são uma vitrine em leque expresso como uma corrente, como um arrepio moleque".

Em Cambuí, o Carnaval era realizado no Cafona ou em garagens. Depois da fundação do Clube, os bailes no Literário pertenciam à elite, enquanto no Cafona o povo todo se divertia. No salão do Clube reuniam-se as famílias cambuienses, pais e filhos brincando juntos, num ambiente extremamente saudável. Ao som das marchinhas como Casca de Banana, Maria Escandalosa, Me dá um Dinheiro Aí, dançavam embalados pelas músicas das Cantoras do Rádio e Emilinha Borba, entre confetes e serpentinas.

Naquele tempo o lança-perfume (marca Rodouro) fazia parte do Carnaval. Todos dele se utilizavam como algo comum até que, em 1961, o presidente Jânio Quadros proibiu seu uso nos salões. As pessoas quase não consumiam álcool. Quando bebiam uma dose, imediatamente levavam a boca um Jintan balinhas prateadas que refrescavam o hálito e tiravam o cheiro da bebida. A bebida não fazia parte da comemoração e também não era vista com bons olhos pela sociedade.

Os primeiros blocos que marcaram presença na cidade foram o Bloco do Quita, o Rid Palhaço comandado por Mário Ribeirinho, Rancho da Paz, Madame da Society e o Bloco dos Relaxados.

Os Carnavais na cidade sempre foram animados. Geralmente começavam às 21 horas e só terminavam quando amanhecia o dia, menos na terça-feira, que acabavam às 24 horas por causa da Quaresma.

O Brinco

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Na cidade ainda não existia escola de samba, até que em 1965 um jovem chamado Antônio Evangelista da Silva, o Brinco, começou a sair às ruas repicando uma frigideira e improvisando sons. Aos poucos, outros jovens se juntaram a ele e formaram o bloco Mocidade Cambuiense: Edmundo, Harley, Baianinho, Luquinha. Os instrumentos utilizados eram o zabumba, caixa, chocalho, surdo e muita lata, contrastando com a frigideira. Sua história foi contada em samba-enredo de 1985, em comemoração dos 'O anos da Escola, dos compositores Onofre e Maria Virgínia: "Repica a frigideira no asfalto": o apito de Mestre Brinco anunciou. Assim nasceu a nossa Escola, que com samba e amor aqui chegou".

Mais tarde, na década de 70, surgiu a Escola de Samba Turma do Brinco, com as cores azul e branca, com muitas plumas e paetês. Na mesma época nasceu a Tamos Aí, com as cores vermelha e branca e o mesmo padrão de qualidade da Turma do Brinco.

Em 1980, os compositores da Tamos Aí já se preocupavam o meio ambiente e a ecologia: "Poetas, seresteiros, cantores da beleza, salvai, salvai, a terra antes que morra a natureza!"

A Turma do Saco surgiu bem depois, já em 1985, na originalidade que marcou a escola, com suas roupas feitas de saco de estopa e farinha, com seus carros de madeira, criando um ar primitivo, primordial. Inspirada nos homens das cavernas, contrastava com o luxo das outras escolas. Seu único objetivo era a diversão, a contraposição de valores, sem pretensão alguma em concorrer com as outras.

Quando entramos na década de 90, o carnaval já atravessava uma fase crítica. A Turma do Brinco havia saído do cenário carnavalesco e a chama da rivalidade existente entre as escolas, estava se apagando. Com o propósito de reacender a chama do carnaval e concorrer com a Tamos Aí, surgiu a Unidos do Juca, que foi uma dissidência da Tamos Aí. As cores da escola eram vermelho (Turma do Brinco), azul (Tamos Aí), verde (Turma do Saco) e no seu samba enredo fazia uma crítica ao governo Collor e toda a exploração do país, desde seu descobrimento. “Brasil, banana colorida: Engana que eu gosto, tô cansado de ver, entra ano e sai ano, nêgo só quer prometer”. A duração da escola foi de apenas 3 anos já que os membros da Unidos do Juca eram os mesmos integrantes da Tamos Aí e ficava difícil concorrer entre eles, pois o que alimentava as escolas, o que fazia com que elas saíssem cada vez melhores, era a rivalidade. A partir do momento que isso não aconteceu, acabou a escola.

Nos desfiles carnavalescos, a frente do Clube sempre serviu para a avaliação das escolas. O termômetro era os sócios que se concentravam na sacada, dando o título para a melhor. Quando se aproximavam do Literário, as escolas davam tudo de si, caprichavam na harmonia, bateria e enredo porque o resultado sairia dali.

No Clube, os desfiles eram preparados com muita antecedência. As decorações do salão, durante 7 anos, ficaram por conta do decorador Gão, que a cada ano escolhia um tema diferente. De Bahia, Alto Astral, até um pouco da História de Cambuí com os Botinudos e Rabicós e figuras folclóricas como Zé Pereira e Maria Pereira.

O bom gosto musical sempre fez parte da sociedade cambuiense, tornando-a exigente neste quesito. Alguns anos atrás houve um fato interessante, que ilustra bem a exigência dos sócios. Foi contratado um conjunto para animar o carnaval e os foliões que estavam no salão, não aprovaram a banda.Como forma de protesto se sentaram no chão, obrigando a banda a parar. No outro dia, o empresário foi obrigado a mandar outro conjunto que estivesse à altura do público. Também, acostumados com grandes astros da música como Bocato (saxofonista); Faria (trompetista); Sandro Albert, reconhecido internacionalmente; Marquinho Costa, produtor musical de Maria Rita (filha de Elis Regina), não poderia ser diferente!

O Literário sempre abriu as suas portas às escolas, tanto financeiramente, como cedendo o seu espaço para que promovessem eventos no intuito de angariar fundos para seus desfiles. Houve uma época que, a cada final de semana, o Clube ficava por conta de uma escola. O que acontecia com uma certa freqüência era uma escola encrencar com a outra. Aí o bicho pegava. Brigas, tapas e pontapés - e só se viam pessoas rolando escadaria abaixo...

Outro evento organizado pelas escolas era o jogo, realizado no campo de futebol, no final do ano. Era um campeonato entre a Turma do Brinco e a Tamos Aí. Esses jogos, na maioria das vezes, terminavam em guerra. Os jogadores brigavam no campo e as torcidas, nas arquibancadas.

O carnaval de rua teve início na década de 90, no palanque do Paço Municipal onde bandas começaram a animar o carnaval de rua, que foi crescendo e desestabilizando o carnaval no Clube. As Escolas de Samba extinguiram-se e teve fim os mais animados bailes e belos desfiles de Carnaval.

No palco literário

Cultura, arte e lazer, sempre foram os ingredientes principais do sucesso do Literário, que se primou pela qualidade de seus eventos. Exposições artísticas, peças teatrais, lançamentos de livros, palestras, formaturas, festas folclóricas, além dos grandes, famosos e concorridos bailes. O palco do Literário registrou grandes momentos da história de Cambuí.

As diretorias sempre fizeram questão de trazer para Cambuí, boa música e bons músicos. Em 1977 o carnaval foi animado pela Orquestra Vicente Munir. Em 1979 contou-se com a presença da Orquestra de Osmar Milani, que tocou em vários bailes. A Banda Guará animou o Reveillon e o carnaval de 1985. Em 1997 foi a vez de Leopoldo de Tupã. Estiveram aqui grandes nomes como J D'Ângelo, Orquestra Tabajara, Bocato. A Orquestra Tabajara fez um arranjo do Hino de Cambuí, sob o comando do maestro Severino que, tocando no baile de aniversário, emocionou a todos os presentes. O músico Bocato por anos consecutivos animou os carnavais em Cambuí. A lista de bandas e orquestras, que já estiveram no palco do Literário é enorme: Santa Esmeralda, Café 2000, Cassino de Sevilha, Francisco Petrônio, entre outras, todas carinhosamente lembradas.

Antes da inauguração do Centro Cultural na cidade, todos os eventos culturais eram realizados no Clube. Na década de 80 foi organizada uma exposição com todos os artistas da cidade. Na entrada, foi colocado um painel de 5 metros, cuja estampa era um mapa traçando o caminho da arte desde o Classicismo até a fase contemporânea

Em 2000 foi realizada uma exposição de arte, contando com a presença de artistas plásticos, fotógrafos e artesãos, com as suas mais variadas técnicas: esculturas em giz, biscuit, esculturas em madeira, pinturas em tecido, pinturas em óleo sobre tela, charges, etc... Nas paredes da entrada, cartazes identificavam os vários estilos de pintura: Surrealismo, Classicismo, Impressionismo, Expressionismo, Cubismo, Abstrato, Acadêmico.

Júlio César

O teatro teve início na década de 60, com o professor de história Newton Fróes e o diretor do Colégio Antônio Felipe Salles, Airton Salomon, que convidaram o ator Sérgio Cardoso para que, junto com alunos, montasse uma peça teatral. A peça "Júlio César" foi apresentada com muito sucesso. No ano seguinte, Airton Salomon exibiu outra peça, "Mandinga para um Homem Só".

Na década de 80, João Eiras estreou no teatro, com "Para o Teatro de estudantes de Cambuí, lembranças amigas do nosso memorável "Júlio César" (Sérgio Cardoso) uma peça de Guarnieri, "Ponto de Partida". Os atores de Cambuí em nada perdem para os atores dos grandes teatros.

Como exemplo, citamos o Joca, que é de fato um ator r profissional. Hoje o Grupo de Teatro de Cambuí já apresentou mais de 20 peças, entre elas: "Zebuzeiro", "Auto da Compadecida", "Úrutópolis", "O Maluco do morro do esqueleto" e muitas outras, todas de extrema qualidade. Em 2003 esteve presente em Cambuí o ator global Jackson Antunes, que ministrou um curso aos amantes das artes cênicas e, depois, encerrou com um show no palco do Clube, bastante aclamado pelo publico presente.

Em 1994, O Clube promoveu o lançamento do livro “Cambuí Poesias”, uma seleção de poesias de 10 escritores cambuienses, Conceição Lambert, Waldemar Rosa, Adriana Baltar, José Antônio Moreira, Maria Virgínia Lambert, Ademir da Motta Paes, Marlene Lima, MB, Maria Celeste Bueno, Antônio Carlos Ribeiro. A finalidade do evento era a arrecadação de alimentos para o Asilo e Santa Casa. As pessoas que doaram, receberam o livro de presente. A criatividade tem sido uma constante na vida dos organizadores de eventos, que a cada dia se preocupam mais em inovar, com qualidade e originalidade, como é o exemplo do Carnaval, o carnaval fora de época. Mantendo a tradição das festas juninas, foi criado o Arraiá do Literário, onde a sanfona voltou com toda a sua força, em torno de uma fogueira, com muito quentão, gente alegre, e muita moda pra cantar.

Aniversário, entre mitos e lendas

Com o decorrer dos anos, a data de aniversário do Clube foi mudada. As eleições eram realizadas no final do ano; a posse da nova diretoria era no Reveillon, no dia 1º de janeiro e o aniversário, em 29 de março. Mas os eventos realizados nessa época eram frustrantes, pelo fato do aniversário coincidir com a quaresma. Os mitos e lendas, passados a cada geração, assustavam a cidade. As histórias da mula sem cabeça; da mulher de branco em cima da ponte; a do Saci -Pererê com o seu cachimbo, pulando com uma perna só, faziam com que as pessoas se recolhessem mais cedo em suas casas. Era um período de introspecção, no qual os religiosos purificavam-se, faziam promessas e novenas, ficando mais perto de Deus. Quase tudo era proibido na quaresma: nas roças, as pessoas não assoviavam, não cantavam, descarregavam as armas de fogo e os instrumentos tinham suas cordas retiradas. O fato de mudá-lo para julho só aconteceu no ano de 1974, quando tomou posse o presidente eleito, Luiz Evangelista Rangel Padilha. Em julho, devido às férias escolares, a cidade recebia muitos visitantes e também por causa da Padroeira, Nossa Senhora do Carmo, festa em que os cambuienses que moravam fora, visitavam a cidade. A comemoração de aniversário do Clube passou para o dia 16 de julho, quando é realizado um grande evento, planejado com muito zelo.

A "menina" de hoje

A menina de hoje cresceu, amadureceu sem perder o perfil de humildade e de ambição que, bravamente superou as crises econômicas e políticas, chegando vitoriosa ao ano de 2004 . Cambuí hoje já não sobrevive só da agricultura; possui indústrias, um comércio forte, se destacando na área metalúrgica. Sua população, segundo estimativa do IBGE do ano de 2003, é de 24.434 habitantes. O Clube possui uma área de 25,60 metros de frente, 58 metros na lateral, 25 metros no fundo, totalizando uma área aproximada de 1.487,00 m². A sua estrutura física é bem diferente do passado: possui uma sala de recepção, um escritório, uma biblioteca, dois bares permanentes, salão de jogos, salão nobre, sanitários, camarins, sauna e quadra esportiva. Atualmente, o Clube possui 3998 sócios, sendo que 1304 sócios são contribuintes, com 912 dependentes. Os sócios Remidos Titulares são 707, com 795 dependentes. Os Sócios Aposentados são 122 e seus dependentes, 84. Os Sócios Fundadores são 40 e seus dependentes, 23. Os Sócios Honorários 3, com apenas um dependente . Sócios Beneméritos 8, dependentes 9. De 1956 até 2004, o Clube teve 24 eleições, sendo que muitos presidentes foram reeleitos várias vezes.

Presidentes e seus Mandatos

1º- Presidente: Antônio Paulino de Abreu 
Vice-Presidente: Geraldo Cypriano de Moraes 
1956-1962 
2º- Presidente: Mário Dias Ribeiro 
Vice-Presidente: Newmann Pereira Fanuchi 
1963-1964 
3º- Presidente: Braz Meyer 
Vice-Presidente: Onofre Rangel dos Santos 
1965-1966 
4º -Presidente: Guilherme Fróes de Carvalho 
Vice-Presidente: Antônio Paulino de Abreu 
1967- 1968 
5º- Presidente: Teruyaki Yamamoto 
Vice-Presidente: Ibraim Ferrer de Oliveira 
1969 
6º- Presidente: José Aparecido Franco 
Vice-Presidente: José Bueno 
1970-1971 
7º-Presidente: Dircélio Antônio Marques 
Vice-Presidente: Wagner Meyer 
1973 
8º- Presidente: Wagner Meyer 
1973-1974 
9º-Presidente: Luis Evangelista Rangel Padilha 
Vice-Presidente: Ruy Ferrer de Oliveira 
1974-1976 
10º-Presidente: Luis Evangelista Rangel Padilha 
Vice-Presidente: Ruy Ferrer de Oliveira 
1976-1978
11º-Presidente: Luis Evangelista Rangel Padilha 
Vice-Presidente: Jonas Lopes da Silva 
1978-1980 
12º-Presidente: Paulo José Cardoso
Vice-Presidente: José Odilon de Souza 
1980-1982 
13º- Presidente: Luis Evangelista Rangel Padilha 
Vice-Presidente: Oscar José Ferreira 
1982-1984 
14º- Presidente: Richardson Moraes 
Vice-Presidente: Braz Meyer 
1984-1988 
15º- Presidente: Richardson de Moraes 
Vice-Presidente: Celso Elias da Silveira 
1988-1990 
16º- Presidente: Richardson de Moraes 
Vice-Presidente: Benedito Tadeu Lambert 
1990-1992 
17º- Presidente: Silvonei Célis Ferreira 
Vice-Presidente: Cornélio Álvaro Lambert de Moraes 
1992 
18º- Presidente: Cornélio Álvaro Lambert de Moraes 
1993 19º- Presidente: Manoel Lopes Bello 
Vice-Presidente: José Hamilton Lambert 
1994 
20º-Presidente: José Hamilton Lambert 
1995 
21º- Presidente: Paulo José Cardoso 
Vice-Presidente: Luis Evangelista Rangel Padilha 
1996-1998
22º- Presidente: Silvio Reis Braga 
Vice-Presidente: Armando do Carmo Guimenti 
1998-1999 
23º-Presidente: José Benedito da Cunha 
Vice-Presidente: Luciano Oliveira 
1999 
24º- Presidente: José Benedito da Cunha 
Vice-Presidente: Carmo Magri 
2000-2002 
25º- Presidente: José Antônio Moreira (Juca) 
Vice-Presidente: Edson Gonçalves Dias da Silva 
2002-2004 

Aplausos

A história segue seu curso e nessa, o final é feliz. O sonho se transformou em uma bela obra: o Clube Literário e Recreativo. A união de botinudos e rabicós mudou o destino de uma cidade. As brigas políticas e as desavenças partidárias fizeram parte do passado. O roteiro de um filme de bang-bang, se transformou num filme de amor. O Literário mudou conceitos, costumes, e crenças E foi para que tudo isso não caísse no esquecimento que a diretoria atual, 2002/04, tendo como presidente José Antônio Moreira (Juca) e vice-presidente, Edson Gonçalves Dias da Silva, resolveram registrar os acontecimentos através deste livro.

Acreditando que o homem é um reflexo de seu passado. O povo que não conhece sua história é um povo pobre, sem raízes, sem vínculos. A valorização dos homens pelas suas realizações, pelos seus feitos em prol de uma sociedade, é um bem inigualável e merece aplausos.

Referência:

A menina dos olhos, Clube Literário e Recreativo de Cambuí, Sílvia de Freitas Datovo, Elaborado pelo Clube Literário e Recreativo de Cambuí, Diretoria 2002/20014, 2004.






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