A compensação
Por volta das 5 da tarde, um funcionário do Banco da Lavoura, na rua do Meio, saia em direção ao Banco Moreira Salles, na praça. Levava nas mãos vários pacotes de dinheiro, cheques e outros documentos. Mais ou menos na mesma hora, um funcionário do Banco Moreira Salles fazia o caminho inverso, também levando nas mãos pacotes de dinheiro, documentos e cheques.
No meio do caminho, enfrentavam as gozações de sempre:
- Opa! Vamos meiar?
- Empresta algum aí, cara.
- Joga de grila aí pra nós.
O que eles sempre confirmavam:
- Na hora!
- Só se for agora.
- Na volta eu jogo.
Eles se encontravam quase sempre em frente da venda do Juca Lopez, onde trocavam algumas informações de trabalho e seguiam cada um para o banco do outro. Às vezes, apenas um fazia os dois serviços. Assim, era feita a compensação, quando os bancos acertavam suas contas diárias, cheques de um banco pagos em outro, empréstimos entre bancos, descontos de duplicatas etc.
Nunca foram assaltados.